01 junho 2011

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Essa história foi escrita por mim há alguns dias atrás e decidi postar.


Espero que gostem até mais!

Contos da Floresta - A Estrada.

Lá de longe era possível ver a grande floresta cortada pela estrada em que seguia a minha viagem. Caronte o carroceiro tivera me dito, lá vivia um bardo, me falava calmamente enquanto segurava as rédeas do cavalo, dizia ele “há quem diga que esse bardo não existe e essa seria apenas mais uma lenda que rodeava a floresta de duas cores ao norte”. Também me falava sobre os boatos de que ele é real, porém odeia a raça humana e prefere não se sujar entrando em contato, por isso vive com seu alaúde isolado na floresta apenas tocando para os elfos, duendes e anões mineradores. Dizem que de vez em quando é possível ouvir sua canção. Curioso que sou, perguntei por que a floresta leva esse nome: Floresta de duas cores ao norte? Caronte era uma pessoa estranha, há dois dias nós saímos do condado e eu ainda não tivera visto a cor de seus olhos, me parecia ser um velho frágil, segurava um cajado em sua mão esquerda, tinha voz rouca e a sua única rota era essa: levar os viajantes até a fronteira da floresta que marcava o limite de seu país. Ninguém sabia onde era sua residência e jamais foi visto andando á noite. Há uma lenda no condado de que Caronte não pertence á esse mundo e quando o sol se põe ele volta para os domínios de Loki, por isso não é visto caminhando á noite, dizem que essa maldição lhe persegue por que ter traído os deuses outrora.

Após um silêncio angustiante Caronte começou a falar com sua voz frágil:

– Meu senhor, há muito tempo houve uma grande depressão ao redor da floresta. Era um dia cinzento como todos os outros. E havia uma elfa que todos os dias saia para colher as flores que nasciam do lado de fora, porém certo dia ao sair ela teve um encontro inesperado com os gigantes da montanha, como todos nós sabemos os gigantes são seres impiedosos e irracionais. Ao ver a elfa sozinha, desprotegida eles a raptaram e tiraram sua vida, é claro, ela tinha poder o suficiente para destruir os dois, mas, ela não o fez, o porquê ninguém sabe. Os elfos são seres sagrados, abençoados pelos deuses, e até então jamais o sangue de um elfo havia sido derramado neste mundo. Os dois gigantes foram mortos em seguida, e a elfa foi enterrada no local onde colhia suas flores, e com o corpo dos gigantes fizeram o seu túmulo. Hoje em dia o local onde seu corpo foi enterrado ficou conhecido como a parte negra da floresta, por que sua alma vaga por lá. Os elfos nunca morrem nesse mundo, chegando ao fim da vida eles deixam a nossa terra e seguem pelo rio até encontrar a terra onde encontram o local de seu descanso eterno. Alguns dizem que eles são imortais, mas, nunca provaram.

Caronte parou por um minuto e em seguida continuou:

– Meu senhor, se me permite lhe explicarei sobre o bardo e sua canção.

– Claro continue, por favor. Disse eu.

Mais uma vez Caronte respirou fundo, e começou a falar novamente:

– O bardo que dizem viver nessa floresta, fora contratado pelos elfos para tocar e acalmar a alma da jovem. Logo no começo o combinado era 10 moedas de prata por semana. Com o passar do tempo o senhor bardo deixou de cobrar pelos seus serviços e fez da floresta sua casa, e lá vive até hoje. Infelizmente ninguém nunca viu, no máximo disseram ter ouvido sua canção, e alguns até sabem seu nome que seria Bilbao, O bardo do alaúde vermelho. Peço para os deuses que me permitam ouvir sua canção um dia, para acalmar a alma de um elfo sua música deve ser algo celestial.

Meu senhor chegamos ao seu destino. Finalizou Caronte.

Entreguei as duas moedas de ouro que ele tivera me cobrado pela viagem, agradeci a conversa, virei às costas e parti, Caronte por sua vez, não disse nada apenas se virou e seguiu seu caminho de volta.


Diego Ferioto.





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